Conto: "O Espelho Lento"

01-12-2010

 

Pedro era de Buenos Aires.

Contudo, foi apenas após a sua morte que eu parei por um momento para reflectir sobre o que isso queria dizer. Estava na Argentina pela primeira vez, num congresso de ornitologia, e enquanto descia a Avenida de Santa Fé ocorreu-me: então foi isto que ele viu e ouviu enquanto crescia. Será que se lembrou muitas vezes deste lugar depois de fazer amor comigo?
Acompanhava-me uma imagem de táxis pretos a aproximarem-se, e de amplas, intermináveis avenidas, uma sensação de deambular entre brisas perfumadas em direcção a obeliscos e monumentos militares. Mas o importante não era o verdadeiro espírito de Buenos Aires. O que importava é que a cidade era real, que estava sempre presente estivesse eu consciente disso ou não, e que Pedro tinha vindo dali.

Estava a caminho da sua morada de infância (demolida para dar lugar a um monstro de cimento utilitário) quando tudo isto se condensou dentro de mim como se saído da nuvem de um sonho esquecido. Parei, como se confrontada com um enigma. E quando voltei a olhar em meu redor, dei por mim diante de uma loja de antiguidades cheia de gente. Entrei para reflectir, acenei ao dono e dirigi-me para o fundo da loja para me afastar da luz. Foi ali, depois de ter passado por uma estante de livros e por vários bengaleiros, que descobri o espelho. Estava em cima de uma poeirenta cómoda portuguesa do século XVII, no estilo cheio de torneados que se tornou popular depois da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, e chamou-me a atenção porque tinha a forma de uma lira. Sou professora de ornitologia de profissão – com uma especialização em aves fringilídeas da América do Norte (Passiformes Fringillidae) –, mas toco alaúde por prazer. E os instrumentos antigos fascinam-me. Por isso me aproximei desta lira-espelho e passei a mão pela sua moldura. E quando olhei para o seu reflexo, descobri uma arca chinesa em madeira de cânfora. Na frente, tinha entalhada uma serpente brandindo uma lanterna na boca. A arca estava precisamente em frente ao espelho, em cima de uma estranha escrivaninha inglesa com puxadores em lapis lazuli. Foi esta aliteração mágica de lapis lazuli, lanterna, lira e alaúde que finalmente me impeliu a obedecer ao meu instinto e fazer uma oferta pelo espelho. E fui capaz de regatear com o antiquário, um velho uruguaio de Paysandú a cheirar a pistachio e brandy, conseguindo um preço razoável.

Nessa noite, de volta ao meu pequeno quarto no Hotel Estrella, reparei, pela primeira vez, nos poderes particulares daquele espelho. Depois de um duche, peguei na escova para me pentear e tentar ficar com um ar decente. Desembrulhei o espelho e descobri que a arca em madeira de cânfora e o interior da loja de antiguidades – e não eu – compunham a totalidade do seu reflexo. De todos os ângulos, para onde quer que eu me movesse, ajoelhasse ou parasse na monstruosa cadeira do quarto do hotel, a superfície prateada do espelho mostrava-me ainda os diferentes recantos da loja uruguaia.

Depois de um grande susto, em que quase liguei ao recepcionista, fiquei a olhar para o reflexo durante algum tempo, chegando a duas possíveis conclusões: a primeira (e mais óbvia), de que aquele não era um espelho normal; a segunda (e naturalmente bastante mais perturbadora), de que possivelmente eu estaria a ficar louca.

Sonhei com o espelho nessa noite. Imaginei que reflectia a imagem de um bico-grosso-de-peito-rosa – o pássaro sobre o qual fiz a minha dissertação na Universidade de Cornell e que deu nome à minha filha Rosalie – e vi-o a esvoaçar por entre nuvens verdes que se evaporavam dos carvalhos gigantes. Este pássaro era um mensageiro, tinha sido enviado por Pedro para vir buscar Rosalie e levá-la para o céu.

De manhã, estava na expectativa de ver o reflexo do pássaro ou até mesmo do meu rosto, mas voltei a encontrar a loja de antiguidades. Foi o que me fez não comparecer à conferência sobre a evolução do canto em felosas e regressar à loja do uruguaio. Falei-lhe das minhas duas possíveis conclusões.
  “Pode ter a certeza de que não está a ficar louca, Señora”, disse ele com um sorriso de solidariedade. “Existe de facto um desfasamento de tempo. O espelho parece reter as imagens. Infiltram-se e levam muito tempo até que apareçam. Chamo-lhe ‘espejo atrasado.’”
  “Quanto tempo leva o espelho a devolver as imagens?”, perguntei.
  O antiquário encolheu os ombros. “Tomei conta do estabelecimento há quatro anos, de outro uruguaio, um homem de Punta del Este, e o espelho ainda não reflectiu nada a não ser a arca chinesa”, disse. “É claro que também reflectiu imagens de algumas pessoas que o ergueram e de pessoas que por acaso passavam para irem ver outras antiguidades”. Ria enquanto revirava o bigode. “Mas este egoísta ainda não reflectiu a minha imagem. Por isso, deve estar atrasado pelo menos quatro anos”.
  “E o senhor sabe de onde o trouxeram?”
“Do Brasil, acho eu. De manufactura portuguesa, talvez. Embora possa ser japonês. Pode ter sido trazido por imigrantes. Um agrónomo coreano disse-me que a moldura da lira é em madeira de acer japonês.”
  O antiquário ofereceu-se generosamente para voltar a comprar o espelho, no caso de eu estar desiludida com os seus reflexos atrasados. Mas assegurei-lhe que o queria mesmo assim, agradeci-lhe pela ajuda e regressei ao hotel.
  O espelho, embora colocado por cima de uma escrivaninha ao pé da minha cama, teimava em reflectir, claro está, a arca chinesa e a loja de antiguidades. E pondo-me mais para a direita, podia agora ver o primeiro antiquário uruguaio de Punta del Este, um homem de baixa estatura, mirrado, com uns óculos presos com fita-cola. Estava sentado por detrás de uma mesa que tinha ao centro um candelabro barroco com os braços sinuosos de uma deusa Hindu. Uma luz intensa que parecia ser filtrada por nuvens ondulantes brilhava através de uma janela, da qual pendia um crucifixo bizantino dourado. Fiquei a olhar, hipnotizada, e ao fim de algum tempo uma mulher alta vestida de negro entrou na loja, passeou-se e voltou a sair sem fazer qualquer compra. O antiquário ia comendo o almoço de um saco branco, como se o conteúdo tivesse de ser mantido em segredo. Lia um livro grande com encadernação em couro. Algum tempo depois, sombras bem definidas de um mobiliário imperceptível arrastavam-se pelo chão como que buscando a noite. Um homem com um casaco de pele castanha entrou, admirou um vaso persa azul-celeste esmaltado e embrulhou-o em lenços brancos que tirou do bolso antes de o dar ao uruguaio para o empacotar. Mesmo antes do fecho da loja, duas mulheres fortes que seguravam embrulhos a abarrotar entraram para pedir informações.
  E foi então que, sozinha com as antiguidades, senti um estremecimento repentino de alegria. Era como se, ao olhar para a loja, tivesse deixado o meu corpo para trás por um tempo. E agora, voltava para descobrir a maravilha dos dedos, das mãos, dos lábios de uma mulher que podia tocar o mundo, sentir o seu lugar no centro da vida, respirar, beijar, falar. Peguei no telefone para partilhar esta descoberta com Rosalie. Mas ao ouvir a sua voz trémula, achei por bem perguntar-lhe apenas pela sua saúde.
  “Mas afinal onde é que tu estás?”, perguntou ela.
  “Em Buenos Aires.”
  “Ainda estás aí…então por que é que estás a telefonar?”
  “Para saber como estás. Desculpa se te acordei.”
  Rosalie ficou calada. Imaginei as suas lágrimas reflectindo um mundo sépia desbotado, uma criança solitária enfrentando uma floresta encantada saída de um conto de Grimm.
  Sem uma resposta, ela pousou o telefone. Ficámos sem ligação. Sentei-me com a cabeça entre as mãos. Lamentando tanto. Vendo a loja de antiguidades submersa na noite. Achando agora o espelho perfeitamente normal – um artefacto impossível na verdade, e certamente um presente, mas apenas um entre muitos objectos impossíveis que me rodeavam. Imaginava que teria sido tirado da cartola de um mágico da mesma terra invisível que dera origem à leucemia de Rosalie e ao meu próprio desespero.

O tempo arrastou-se lentamente para mim nessa noite. Dormi sobressaltada, com calafrios, sonhos intermináveis orlados de água. E de manhã, ao acordar, agarrada à Estrela prateada de David que Pedro pendurara à volta do meu pescoço quando ficámos noivos, senti uma vontade imensa de sair dali. Vesti-me furiosamente, corri porta fora mesmo a tempo de apanhar uma conferência sobre incubação masculina.
  Dois dias mais tarde, depois do cocktail de encerramento do congresso, empacotei o espelho, apanhei o voo da noite e regressei a São Francisco.
  Lá, no interior da nossa casa, na 12.ª Avenida do Richmond District, coloquei o espelho atrasado por cima da minha cómoda em pau-rosa. Quando Rosalie acordou da sesta, mostrei-lho. “Da cidade do teu pai”, disse eu. Retribuiu-me o sorriso de um modo ausente e, após a minha explicação, olhou por momentos para a imagem reflectida, dizendo: “É demasiado lento.” Afagou-me o braço, recusou-se a esclarecer o comentário e voltou para a cama.
  Só mais tarde compreendi o que ela queria dizer: Não tenho tempo que chegue para esperar que o espelho devolva a minha imagem.
Apesar de ensombrada por esta ideia que me trespassou (ou talvez por isso mesmo), comecei a seguir com avidez a vida desta loja de antiguidades, de forma compulsiva, devo mesmo dizer, tornando-me uma especialista nos hábitos do uruguaio de Punta del Este e dos gostos lascivos do funcionário dos sábados, um homem escanzelado com queda para loiras atávicas em roupas de licra. Passei também a apreciar as idiossincrasias de alguns visitantes regulares, sobretudo os de uma mulher nativa, pequena e cheia de energia, que vivia em La Boca e que vinha uma vez por dia cheirar a arca de madeira de cânfora por causa dos seus problemas de sinusite (consegui lê-lo nos seus lábios certa vez quando ela se lamentava das suas agruras com o uruguaio).
Muitas vezes, ao levantar e ao deitar, segui o conto do espelho, e por algum tempo isso substituiu as minhas leituras, as idas ao cinema, o alaúde. No entanto, como se pode imaginar, depois de um ano de loja e clientes – e da arca chinesa, em particular – cansei-me definitivamente da vida do antiquário de Buenos Aires e pus o espelho no chão, ao lado do armário dos lençóis, onde podia espreitá-lo de quando em vez, sem me sentir atravancada pela sua história interminável.
Rosalie enfraquecia de dia para dia. E sofria cada vez mais. A quimioterapia pouco ou nada a ajudava. Falava-me frequentemente com a voz do ser frágil e alado que eu imaginava prisioneiro do seu corpo mole. Nesses momentos, apercebia-me de que não demoraria muito até que este ser dela esvoaçasse, desaparecendo das nossas vidas como uma fada de luz. Embora ainda me assuste admiti-lo, esperava sinceramente que tudo aquilo passasse rapidamente.
Pouco depois de ter guardado o espelho, Rosalie perguntou-me com a voz trémula se eu iria pendurar o espelho na parede do lado oposto à sua cama. “Algo de impossível vi nele”, disse ela. Recusou-se a dizer mais, mostrou-me em jeito de explicação um livro da sua infância que terá mantido escondido.
  Era italiano, com ilustrações de pássaros por Bruno Munari, vermelhos, azuis e amarelos, parecendo ter sido extraídos de penas verdadeiras. Foi o único livro que Pedro trouxe consigo da Argentina quando a sua família fugiu à perseguição de uma ditadura anti-intelectual e anti-semita. Todos os outros tinham ficado para trás, talvez reduzidos a cinzas.
  Quando Rosalie era criança, Pedro costumava sentar-se com ela durante horas a fio mostrando-lhe as bonitas imagens. “O que viste?”, perguntei de novo.
  Rosalie levou o dedo aos lábios em sinal de silêncio, sorriu como que para me confortar e apertou a minha mão.
Dois dias mais tarde, estava morta.
  Encontrei-a segurando o espelho em forma de lira de encontro ao peito, cara para baixo, como se procurasse fundir o reflexo prateado no seu corpo. Por baixo estava o seu livro para crianças. Como terá ela arranjado forças para tirar o espelho da parede, nunca consegui compreender.
  O passado afasta-se de mim depois disso, como se a minha história pessoal tivesse sido empurrada para o mar por alguns anos. Eu sei que devo ter trabalhado e comido e falado com pessoas – devo ter feito todas as coisas que todos fazemos para sobreviver. Mas os meus pensamentos desse tempo estão limitados pelo oceano negro impenetrável de uma epopeia. Quando a minha história finalmente emerge de novo de entre esta paisagem negra, é com o rosto de Rosalie à proa; há uma semana, quase quatro anos após o dia da sua morte, vi-a reflectida no espelho atrasado. Olhando para o que a rodeava, pude ver que estava de pé, diante do meu armário dos lençóis. Olhava perplexa para aquilo a que apenas me posso referir como o rosto de uma mulher a adorar uma criança. Após algum tempo, ajoelhou-se e beijou a superfície do espelho.
Observei tudo isto no seu quarto. De dentro daquele aconchego etéreo que parecia feito de lágrimas. De dentro dos cobertores. Porque eu tinha voltado a pendurar o espelho na parede depois da sua morte e começado a dormir na sua cama.
No dia seguinte, pude ver o meu próprio reflexo enquanto levava o espelho para o seu quarto e o pendurava na parede, exactamente como o fizera quase quatro anos antes.
  Depois disso, revivi as últimas horas de vida de Rosalie sem sequer parar para dormir. Creio que, e mais do que qualquer outra coisa, foi paz aquilo que eu vi no seu rosto. Estaria a loja de antiguidades a ajudá-la assim tanto? Não fazia a mínima ideia, até que a vi levantar-se da cama com aquele livro da sua infância que ela guardava na mesinha de cabeceira, e deslizar pelo chão com a facilidade de um espectro. Parou à direita do espelho e ficou ali a olhar ainda por algum tempo; depois, subiu para a cómoda e tirou-o. Trouxe-o para o quarto consigo e agarrou-se a ele, como quem abraça uma criança doente.
Momentos mais tarde, havia apenas a escuridão do seu peito que parou de arfar. Na noite em que testemunhei tudo isto no espelho, viajei até Buenos Aires. À chegada, apanhei logo um táxi para a loja de antiguidades. O velho comerciante uruguaio de Paysandú ainda lá estava. – “El espejo atrasado, no?” – perguntou mal entrei.
– “Si, posso dar uma vista d’olhos?”
– Faça favor!
  A cómoda portuguesa cheia de torneados estava ainda no fundo da loja. Havia lá agora um outro espelho pousado – um espelho normal – que reflectiu a minha mão assim que a levantei para fazer a experiência. Detive-me no sítio onde Rosalie estivera, e olhei com atenção. Daquele ângulo podia ver uma estante. Pareceu-me evidente que o que quer que ela tenha visto, o viu dali.
Passei pelos livros o mais depressa que pude até que o nome de Munari me fez parar. Era outro dos seus livros para crianças. Na capa, um tentilhão escarlate pousado num girassol. Apertei-o contra o peito e fechei os olhos. Um misto de espanto e medo causou-me vertigens. O bater forte do meu coração fazia-me balançar de um lado para o outro. Os meus pés pareciam ter criado raízes mesmo no centro do mundo. Agarrei-me à cómoda portuguesa, no caso de me sentir a desmaiar.

Quando ganhei coragem para afagar o livro aberto, encontrei uma dedicatória em ladino para Pedro, de sua mãe, datada: Purim, 14 de Adar, 5707 (1947). Li a mensagem num sussurro: “Para mi pequeño pájaro con amor. El imposible es la prueba.”

A estranha sensação de que estas palavras tinham sido escritas para mim pareceu cortar-me a respiração. Lá bem no fundo da armadura do corpo, senti-me como se tivesse acedido a um entendimento do mundo fundado na fé. Teria Rosalie encontrado nesta fé a serenidade que possuía antes de morrer? Pedro ter-lhe-á certamente transmitido as palavras de sua mãe, anos antes. Ter-lhe-ão assegurado que o iria encontrar junto de Deus?

Quando os movimentos de outro cliente me fizeram regressar à percepção de que me encontrava na loja, paguei o livro. O comerciante disse, “Veja como a vida é misteriosa…Tivemos esta bela peça bem à vista durante anos e ninguém a comprou. Agora que está meio escondida, a senhora entra aqui e encontra-a. Vá-se lá perceber.”

“Talvez isto explique alguma coisa”, disse eu, mostrando-lhe a dedicatória do livro. Perante os seus olhos abertos de espanto e confusão, disse-lhe: “É ladino. Um dialecto escrito em letras hebraicas pelos judeus espanhóis e que data de antes da Inquisição.” Li-lhe a mensagem da mãe de Pedro.

“O que pensa que quer dizer?”, perguntou.

Desfraldei o meu braço para apontar para a loja, para a rua, para as antiguidades. Apontei para ele, depois para mim. “A inverosimilhança do próprio mundo… ou algo de absolutamente impossível que tenha sucedido nunca o fizeram sentir que há algo mais para além do que se vê?”

“Ah, compreendo”, disse ele. Encolheu os ombros e deteve as mãos num gesto de cepticismo passivo. Mal começou a falar, levei o dedo indicador aos lábios e ofereci-lhe o sorriso suave de silêncio de Rosalie.

Depois do meu regresso a São Francisco, peguei no espelho e vendi-o a um negociante de antiguidades chileno, de olhos azuis brilhantes, no Mission District. E voei para Cornell. Vagueei pelo bosque vários dias, levando nas mãos os livros para crianças, não sabendo o que buscava, até que uma seta de um rosa-pastel resplandeceu na minha frente. Era uma fêmea, um bico-grosso-de-peito-rosa, e pousou no ramo de um carvalho rugoso mesmo acima de mim, olhando fixamente para o chão. Quando olhei para baixo, descobri um charco em cima de uma cama de musgo. Reflectia a face lacrimante de uma mulher de idade, um súbito vislumbre alado de rosa atravessando as nuvens verdes em direcção a um céu ensolarado. E pensei: Também os sonhos são impossíveis. E ainda: Quer eu o saiba quer não, este bosque, este lugar, estão sempre aqui.

 

 

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Tradução do conto pelo Curso de Mestrado em Tradução Literária, Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (coordinação Fátima Vieira): Brigith Guimarães, Carla Morais Pires, Gisela Leal, Jorge Miguel Osório, Julita Figueiredo, Vera Carvalho.

Michael Fieni